sexta-feira, 16 de maio de 2008

A graça das mulheres

Enquanto alguns se divertem espicaçando Mattias
(por exemplo, nos comentários deste post)

outros colaboram na discussão de temas realmente interessantes
como na questão que lancei neste post
por que há tão pouco mulheres no desenho de humor?

Zé Roberto comentou que mulheres há, o que faltam são oportunidades:

Apesar dessa coisa que a gente sempre escuta de que as mulheres quase não atuam no humor gráfico, acho que a culpa cai mesmo sobre os editores e sobre (me perdoe o Rick) os organizadores de eventos do gênero.

No Brasil, temos, atuando com alguma regularidade, artistas como Yara Souza, Cida Calú, Mariza, Ciça, Thaís Linhares, Massarani e mais um monte de meninas e jovens senhoras. Acho que uma das formas de desmistificar isso, seria o Salão Carioca convidar para as próximas edições, alguns desses nomes para compor o corpo de jurados, ou mesmo para as homenagens. É um absurdo que uma artista da qualidade da Mariza esteja praticamente esquecida desse meio. Ela mereceria uma super homenagem, com uma exposição retrospectiva. Falei! Abraços a todos!



Quanto às mulheres juradas,
Teresa Souza, da equipe do Salão Carioca, esclarece:

Nos últimos dois anos tivemos mulheres no corpo de jurados do Carioca, exatamente por percebermos que o olhar feminino sempre faz a diferença.
Este ano temos várias mulheres inscritas, mais do que no ano anterior.
De qualquer forma ainda é uma "turma" composta por sua maioria de homens. Igual ao futebol.

Mas quando são boas, elas sobressaem brilhantemente.
Quem sabe no próximo ano passaremos de uma para duas mulheres no juri. Teremos assim um equilíbrio, quase perfeito...


Mattias, como sempre, também comentou este assunto,
mas vamos abrir para as mulheres comentarem:

Sou cartunista. E mulher de verdade. Tenho a personagem Amely, que é uma boneca inflável que vem com dois "erros" de fabricação: ela pensa e fala. Trata das questões mais dramáticas da vida da mulher.

Talvez por conta da sociedade machista, seja um erro ainda a mulher pensar. Pensar com humor ainda gera preconceito e muita admiração quando parte da mulher a manifestação. Sinto isso por aí.

Por sorte só encontro gente fina da melhor qualidade entre os meus colegas de risco, os cartunistas. Mas realmente, encontrei poucas mulheres em mais de uma década de profissão.
Pouquíssimas. Na verdade, duas: a Ana Von Reuber e a Cibele Santos. Tem a Maitena também, mas ainda não a conheci pessoalmente.

Quase toda semana dou entrevista falando deste tema e rebato com questionamentos: Seria culpa da TPM o fato do mulherio não despertar para o humor? Culpa da sociedade machista? Da sobrecarga de tarefas? Ou a vida da mulher não tem graça mesmo?

A verdade é que não entendo como a mulher não despertou para o humor ainda. Isso não só no Brazuca mas em todo planeta.

Bem, não participei do Salão Carioca por absoluta falta de tempo. Tô de coração partido. Há alguns anos fui para o RJ como convidada do Salão, que foi inaugurado no dia internacional da mulher. Foi muito legal! Um dos melhores salões que já fui.
Querem mulher por aí? Ei, quero ir!!! Rs
Beijos a todos e a todas as poucas!



Olá! Sou Luiza, namorada do estreante no salão na categoria caricaturas David e aluna de um outro ex-concorrente, L C Rodrigues. Pois bem. Há muito estou acompanhando o salão mas hoje resolvi dar meu pitaco aqui no blog. Esse lance de homem x mulher dá pano pra manga...

Faço Design de Interiores na UFRJ e estudo lá, entre outras disciplinas, Teoria da Informação, com o professor José Augusto. Nesse ramo de análise da comunicação caímos sempre nas questões do paralelo entre os sexos. O que acontece é o seguinte: cientificamente (lembrando que a ciência está sempre aberta a excessões) mulheres tendem menos ao humor porque ele satiriza aquilo que há de contrário à normalidade. Um acidente, uma deficiência, um comportamento estranho são motivos de graça. E a mulher em geral tende à compaixão. Seu humor costuma estar atrelado às situações peculiares do seu dia-a-dia (vide Maitena).

A graça mais pura está, no orelhão de alguém, na queda que tomou na lama, na palavra errada que disse num momento importante, e mulheres tendem (novamente digo, isso é a maioria, mas há excessões, claro) a sentir pena da situação e não fazerem piada.

Porém, essas excessões costumam destacar-se por usar do humor mais refinado (nada contra os homens, pelo amor de Deus!).


Interessante essa análise comportamental da Luiza...
O que vocês acham?