Tenho pensando bastante na questão proposta por Spett aqui no blog.
Leiam o post do Spett clicando aqui
Ele escreveu que no catálogo (e, consequentemente, na exposição) cada artista só deveria entrar com uma obra. Um participante figurar com dois ou mais desenhos, mesmo que de categorias diferentes, tira o espaço de outros artistas, e, como se sabe, o espaço para a divulgação do desenho de humor é curto.
O que me incomoda nessa posição é que vira de ponta cabeça a filosofia que vimos adotando neste concurso desde que iniciamos nossa gestão (em 1987) e creio que nas gestões anteriores também: a avalição de cada obra, diante do Juri, é feita baseada na obra em si, independente de quem a tenha criado.
Neste ano conseguimos acentuar isto mais ainda. No processo de inscrição virtual o participante recebe um número confirmando sua inscrição. Quando os trabalhos vão ao Júri a identificação inicial de cada um é feita pelo número e não pelo nome do autor (acrescentamos apenas o título da obra pois muitas vezes reforça ou explica o conteúdo). Claro, há assinaturas na própria obra, há estilos identificáveis, mas a orientação sempre é: o que vale é o resultado final do desenho, esqueçam o artista.
No resultado final estão, portanto, segundo as decisões do júri, as melhores obras e não os melhores autores. Peço licença aos citados para exemplificar:
na categoria charges deste ano tivemos Santiago em terceiro e Hemetério em primeiro.
Creio que o Hemetério será o primeiro a concordar que Santiago é um artista desmesuradamente melhor , com uma longa e vasta carreira internacional, um mestre do traço.
Mas o julgamento levou em questão as torres trigêmeas, a burka diferente, e não se discutiu nomes ou carreiras e Hemetério ficou em primeiro.
E isto não quer dizer nem que o cartum de Hemetério seja realmente melhor do que o do Santiago. Um é diferente do outro. Quer dizer que: após várias levas de seleções feitas por pessoas diferentes, naquele momento, naquele lugar, cinco pessoas experientes, conhecedoras do desenho, com visões diferentes, após discutirem detalhes, concluiram que um cartum merecia estar em primeiro, outro em segundo, outro em terceiro. Concurso é isto.
Considerar as carreiras ao contrário - como sugerem MUITOS artistas - também seria julgar o artista ao invés da obra. Há os que propõe que disséssmos "não vamos premiar o desenho do Santiago porque ele já ganhou muitos prêmios na vida".
Sobre esta questão opinei em outros posts,
o que quero levantar para discussão agora é:
se começarmos a "ajeitar" os resultados de concursos para evitar que desenhistas saiam "repetidos" no premio catálogo, ou na exposição - o que pode sim ser interessante no sentido de abrir espaço para a inclusão de mais artistas -
abrimos um precedente que não sabemos onde vai parar.
Daí é um passo para se começar a ajeitar outras coisas.
E a discussão passa a girar em torno de nomes e não do conteúdo das obras.
No regulamento, nos textos oficiais e nos releases de divulgação consta que a exposição apresentará as melhores obras do concurso. E não os melhores artistas.
Da forma como o Salão é elaborado agora, para estabelecermos o parâmetro proposto,
teríamos que orientar os jurados para que dessem um jeitinho de não repetir nenhum nome na lista dos finalistas
o que considerado irregular (e perigoso).
Para oficializarmos isto, a saída, suponho, seria instituirmos no regulamento que cada participante só poderá enviar um desenho para o concurso,
o que é injusto para com eles (inclusive para os que se dedicam a várias categorias do desenho).
Aliás, para mim, um concurso tem que ter um mínimo de regras, é claro, mas quanto "menor for esse minimo", quando menos regras e restrições tiver, melhor, mais rico será seu conteúdo.
O que vocês acham sobre tudo isso?
O que me incomoda nessa posição é que vira de ponta cabeça a filosofia que vimos adotando neste concurso desde que iniciamos nossa gestão (em 1987) e creio que nas gestões anteriores também: a avalição de cada obra, diante do Juri, é feita baseada na obra em si, independente de quem a tenha criado.
Neste ano conseguimos acentuar isto mais ainda. No processo de inscrição virtual o participante recebe um número confirmando sua inscrição. Quando os trabalhos vão ao Júri a identificação inicial de cada um é feita pelo número e não pelo nome do autor (acrescentamos apenas o título da obra pois muitas vezes reforça ou explica o conteúdo). Claro, há assinaturas na própria obra, há estilos identificáveis, mas a orientação sempre é: o que vale é o resultado final do desenho, esqueçam o artista.
No resultado final estão, portanto, segundo as decisões do júri, as melhores obras e não os melhores autores. Peço licença aos citados para exemplificar:
na categoria charges deste ano tivemos Santiago em terceiro e Hemetério em primeiro.
Creio que o Hemetério será o primeiro a concordar que Santiago é um artista desmesuradamente melhor , com uma longa e vasta carreira internacional, um mestre do traço.
Mas o julgamento levou em questão as torres trigêmeas, a burka diferente, e não se discutiu nomes ou carreiras e Hemetério ficou em primeiro.
E isto não quer dizer nem que o cartum de Hemetério seja realmente melhor do que o do Santiago. Um é diferente do outro. Quer dizer que: após várias levas de seleções feitas por pessoas diferentes, naquele momento, naquele lugar, cinco pessoas experientes, conhecedoras do desenho, com visões diferentes, após discutirem detalhes, concluiram que um cartum merecia estar em primeiro, outro em segundo, outro em terceiro. Concurso é isto.
Considerar as carreiras ao contrário - como sugerem MUITOS artistas - também seria julgar o artista ao invés da obra. Há os que propõe que disséssmos "não vamos premiar o desenho do Santiago porque ele já ganhou muitos prêmios na vida".
Sobre esta questão opinei em outros posts,
o que quero levantar para discussão agora é:
se começarmos a "ajeitar" os resultados de concursos para evitar que desenhistas saiam "repetidos" no premio catálogo, ou na exposição - o que pode sim ser interessante no sentido de abrir espaço para a inclusão de mais artistas -
abrimos um precedente que não sabemos onde vai parar.
Daí é um passo para se começar a ajeitar outras coisas.
E a discussão passa a girar em torno de nomes e não do conteúdo das obras.
No regulamento, nos textos oficiais e nos releases de divulgação consta que a exposição apresentará as melhores obras do concurso. E não os melhores artistas.
Da forma como o Salão é elaborado agora, para estabelecermos o parâmetro proposto,
teríamos que orientar os jurados para que dessem um jeitinho de não repetir nenhum nome na lista dos finalistas
o que considerado irregular (e perigoso).
Para oficializarmos isto, a saída, suponho, seria instituirmos no regulamento que cada participante só poderá enviar um desenho para o concurso,
o que é injusto para com eles (inclusive para os que se dedicam a várias categorias do desenho).
Aliás, para mim, um concurso tem que ter um mínimo de regras, é claro, mas quanto "menor for esse minimo", quando menos regras e restrições tiver, melhor, mais rico será seu conteúdo.
O que vocês acham sobre tudo isso?
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